terça-feira, 27 de maio de 2008

Moradores não querem mais mega shows na praia de Copacabana


Por Hélio de Carvalho

A Sociedade Amigos de Copacabana (SAC), a Associação de Moradores e Amigos de Copacabana (Amacopa), o Conselho Comunitário de Segurança de Copacabana e Leme, entre outros, se uniram e realizaram várias frentes de manifestação contra os shows que a prefeitura da cidade vem realizando na orla. O mais recente foi o do dia 1º de maio, em homenagem ao cantor e compositor Cazuza, que contou com a participação de quase dez cantores de expressão, tais como, Caetano Veloso, Gabriel o Pensador e a banda Barão Vermelho. Os moradores, por meio de suas associações, fizeram de tudo para cancelar o show de Tributo a Cazuza e até pensaram ter conseguido, após reunião com o comando das polícias Civil e Militar, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e até mesmo com o ex-subprefeito da Zona Sul, Mário Filippo. “Nada contra o artista”, afirmou Rose Oliveira, secretária da Amacopa. “São inúmeros os efeitos negativos para a região durante e depois dos eventos. Lixo por todo lado, trânsito de veículos insustentável, além do elevado número de ocorrências de roubos e furtos durante os eventos”, concluiu. De acordo com dados da SAC, no show dos Rolling Stones, em 2007, foram registrados 250 furtos e uma pessoa foi esfaqueada, além de danificadas várias calçadas. Segundo a delegada da 12ª DP, Marta Rocha, “a comunidade deve ser ouvida e compreendida, pois os shows devem interessar primeiramente aos moradores”, afirmou. Apesar da realização do show Tributo a Cazuza, contrariando a vontade popular, os moradores não se deram por vencidos e os eventos na praia de Copacabana parecem estar com os seus dias contados.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Lagoa Rodrigo de Freitas ganha guia bilíngüe

Por Hélio de Carvalho
Cercado por alguns dos bairros conhecidos como pontos turísticos da cidade e privilegiada com um espelho d’água de 2,4 quilômetros quadrados, esse cartão postal vivo se tornou na última quarta-feira o novo pólo turístico do Rio. Com a transformação da Lagoa em pólo gastronômico, os bares e restaurantes vão poder promover atividades em conjunto. Também será montado um site para divulgar os eventos e as atrações do local.

Em uma iniciativa da Prefeitura do Rio, através da Secretaria Especial de Turismo, a região ganhou uma publicação em português e inglês que traz um mapa da Lagoa, conta sua história e enumera diversos itens de interesse, como quiosques, restaurantes, passeios, teatros, parques, clubes, feiras e shoppings, além de oferecer dicas de transporte, como chegar ao local de ônibus, metrô, bicicleta, táxi ou automóvel particular. São mil exemplares que serão distribuídos entre os operadores de turismo.

Segundo o Banco Central, o Brasil arrecadou quase cinco bilhões de dólares por meio do turismo no ano passado, a melhor marca já alcançada em sua história. Infelizmente, o Pólo de Turismo da Lagoa vem sendo recebido com desconfiança por parte de alguns de seus freqüentadores assíduos. É o caso da engenheira Maria Helena Scarpanni, de 38 anos, que diariamente utiliza a ciclovia. “Incentivar o turismo na Lagoa é muito bom, eu amo este lugar, é lindo a qualquer hora do dia! Lamento ver os quiosques abandonados e depredados, poças d’água e acúmulo de lixo por toda parte. [fotos] Isto ocorre há tanto tempo que nem sei se posso acreditar que o pólo vai mudar essa triste realidade”.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Os últimos cafajestes


Por Hélio de Carvalho

No início da década de 50, a zona sul do Rio, mais propriamente Copacabana, era “dominada” por jovens bem-nascidos que subverteram a high-society carioca com suas festas e rebuliços, e fundaram o famoso Clube dos Cafajestes com o objetivo de chocar a sociedade. Era a época dos playboys. Paulo Soledade, Baby Pignatari, Ibrahim Sueed, Mariozinho de Oliveira, Mário Saladini, Cássio França, Castor Galvão Bueno e Jorge Guinle, somados a mais de 40 outras bem-sucedidas personalidades, fizeram da Avenida Atlântica o palco de muitas histórias, sempre envolvendo belas e famosas mulheres daquela época.
Jorginho Guinle conquistou ou flertou com as mais glamourosas musas do cinema dos anos 40 e 50, como Marilyn Monroe, Rita Hayworth, Ava Gardner, Kim Novak, Jayne Mansfield, Marlene Dietrich e Romy Schneider, entre outras.
Dessa geração restaram Mariozinho de Oliveira, de 85 anos; Mário Saladini, de 94 anos e Cássio França, de 86 anos. Apesar de sua idade, Mariozinho ainda dirige e se diverte muito contando o que “os cafajestes” aprontavam. “A gente dava até tapa na cara de delegado. Todos nos respeitavam!”.
O mascote do Clube dos Cafajestes e milionário, Túlio Marco, irmão de Castor Galvão Bueno, diz lamentar a Copacabana de hoje. “Eram mais de 500 recintos entre restaurantes de luxo e casas de espetáculo. Hoje sou obrigado a freqüentar a noite da cidade de São Paulo, quando "Copa" era, como se dizia na época, o lugar mais "bacana" para se viver no Brasil”.

Ipanema e Etc: La Mole faz 50 anos de boa comida

Leonardo Contão

O restaurante La Mole comemorou 50 anos de existência dia 25/04/08 com a volta de pratos clássicos ao cardápio e reformas nas casas da rede. A história do restaurante inicia em abril de 1958, quando o italiano Domenico Magliano fundou a Sorveteria e Pizzaria La Mole, na Rua Dias Ferreira, no Leblon.

Em sua expansão, o restaurante foi diversificando sua cozinha, introduzindo novos conceitos na gastronomia carioca, como o famoso couvert e o medalhão à piamontese.

Com clientes fieis, o restaurante do Leblon foi o começo da empreitada do La Mole na cidade maravilhosa. Quando o restaurante chegou à Barra, em 1974, não parou de crescer. Hoje são 15 lojas espalhadas pelo Estado do Rio, com aproximadamente 1000 empregados capacitados.

" Para a comemoração dos 50 anos, o La Mole aproveitou para lançar um cardápio especial, com pratos que marcaram a história da casa", relata Leandro Souza, gerente do La Mole Leblon. Leandro finaliza com orgulho: " O La Mole do Leblon é a casa principal, onde se testa inovações em pratos e serviços, e, está servindo de referência para as outras casas".

Pólos turísticos, a nova tendência carioca

Por Hélio de Carvalho

Rica em opções de arte, cultura, moda, gastronomia, esporte e lazer, a Cidade Maravilhosa vem recebendo ainda um significativo impulso nesses setores, com a criação dos pólos turísticos. Da zona norte à zona sul, dos subúrbios ao centro carioca, os pólos estão cada vez mais comuns. No ano passado foi a vez do Leblon e no próximo mês o bairro de São Conrado será decretado o mais novo pólo turístico do Rio de Janeiro.
Os pólos são organismos locais ou regionais que, a partir de decreto municipal, recebem o aval da Prefeitura para estebalecerem metas e estratégias que agilizem o setor turístico, em todas as suas potencialidades.
O publicitário Josnei Formágio, vice-presidente do Pólo Turístico de São Conrado, disse que uma das suas principais metas, inicialmente, é a de reverter o falso conceito que se tem do bairro, como sendo violento. "Temos um convívio fraterno com a Rocinha, mas o que precisa estar claro é que a Rocinha é um bairro distinto e não parte integrante de São Conrado. Os índices de violência alí registrados não podem ser creditados na nossa conta. São Conrado é um dos bairros cariocas que apresentam as menores ocorrências policias. Vamos publicar esses dados. Não é justo que carreguemos esse estigma, que, dentre muitos transtornos causados no comércio local, vem afetando também o setor imobiliário".
Com pouco mais de um ano, o Pólo Turístico do Leblon já colhe frutos. Numa iniciativa dos comerciantes e o apoio do Sebrae, Senac, Sind-Rio e da própria Prefeitura. Mantém ações de estímulo na melhor relação entre os moradores, o poder público e o comércio, organizando e fomentando o turísmo no bairro.

Ipanema e Etc / Comunidade: A musa da bossa nova

Claudio Santos
Depois do gênero ter sido lançado, o Cantor João Gilberto resolveu incrementar o ritmo da bossa nova com algumas batidas instrumentais, e assim além dele, os cantores Vinícius de Morais, Tom Jobim e C&a se reuniam no apartamento dos pais de Nara Leão na Avenida Atlântica.

Por conta das poesias que eram referência à beleza feminina e pelo fato desses ensaios musicais, serem realizados em sua casa, a jovem Nara tornou-se a musa da Bossa nova.
Logo, os espaços que serviram para ensaios foram substituídos pelos show's realizados em escolas, grêmios e faculdades.

Após se apresentar pela primeira vez num desses eventos, a cantora estreou profissionalmente no musical de Vinícius de Morais e Carlos Lyra. Uma vez lançada a cantora passou a resgatar os antigos sambas de morro. Nara foi a primeira cantora a dar destaque a compositores como Cartola e Nelson Cavaquinho que faziam músicas que falavam da realidade nada bela do proletariado marginalizado.

Esse feito lhe deu bastante destaque, mas acabou trazendo alguns problemas na época da ditadura militar. A musa só não sofreu com a pressão dos militares por que os intelectuais intervieram a seu favor.
Mesmo assim, ela foi a primeira cantora consagrada a apoiar o movimento Tropicália e seguiu fazendo protestos através de sua música durante o tempo que achou necessário.
Voltar para o Diário da Tarde.

Ipanema e Etc: Inauguração do Teatro Oi Casa Grande

Leonardo Contão

No mês de maio será inaugurado o teatro Oi Casa Grande. A casa será montada no mesmo endereço do histórico Teatro Casa Grande, na Rua Afrânio de Melo franco, no Leblon. O teatro terá formato de arena e contará com três pisos.

O palco terá visibilidade de todos os âlgulos da sala e irá contar com um fosso para a orquestra da casa, que poderá ser utilizado de mais duas maneiras. Na ausência da orquestra poderá ser nivelado à altura da platéia, para aumentá-la ou igualar-se ao palco.

O Oi Casa Grande pretende resgatar e preservar a historia do Original que foi fundado em 1966. Ficou marcado nos anos 60 e 70 como um núcleo de resistência de artistas e intelectuais à ditadura militar.

O espetáculo de estréia será uma montagem de " A Noviça Rebelde " que será exibido pela primeira vez no país desde que foi produzido em 1960.

No website Oi Casa Grande haverá a cobertura editorial do espetáculo com críticas, curiosidades, espaço para comentários do público e os bastidores das produções.

Voltar

terça-feira, 6 de maio de 2008

Ipanema e Etc / Comunidade: A bossa nova de Ipanema

Claudio Santos


Ao contrário do que se costuma dizer dos empreendimentos ou iniciativas realizadas no mês de agosto (mês do desgosto), o gênero bossa nova que foi criado neste período, precisou de pouquíssimo tempo para alavancar os lucros da indústria fonográfica no Brasil.

Foi nos anos 50 que alguns jovens previamente intelectualizados, cansados de ouvir as mesmas músicas, resolveram unir o rítimo do samba ao Jazz americano e harmonizá-los como unidade. Com maestria, atingiram o objetivo desejado, e do resultado desse "casamento" surgiu a bossa nova. Os primeiros sucessos do gênero foram lançados em disco de vinil no ano de 1958 interpretados na voz de Elizeth Cardoso.

Entre eles estavam composições de Tom e Vinicius, como Chega de Saudade, Bim-bom de João Gilberto e outros que tornaram-se nos clássicos que ficaram registrados por seus precurssores e imortalizados pelos artistas que seguem ou reverenciam a bossa.

Justamente por conta disso, nos deparamos com a realidade que quase contradiz o espaço de tempo de toda essa história quando ouvimos tais obras. Pois o feito desses jovens acabou de completar 50 anos, e seja por questão de bom gosto ou "hereditariedade", a bossa nova "ao contrário de outros fenômenos efêmeros" permanece plena e vitoriosa no gosto dos brasileiros e estrangeiros que se encantam ao ouvir pérolas como o clássico garota de Ipanema".
Voltar para o Diário da Tarde.