sábado, 12 de abril de 2008

Ipanema, a história do Brasil em suas ruas



Os nomes das ruas lembram heróis, fatos importantes e até pouco conhecidos da época da independência. Que Ipanema é o bairro mais charmoso, elegante e chique do Rio, poucos duvidam. Mas o que muita gente não sabe é que Ipanema guarda em muitas ruas informações importantes sobre a nossa independência. Nas placas das esquinas e, claro, na estátua nada discreta que fica na movimentada Visconde de Pirajá com Garcia D’avila. Nós aprendemos na escola que foi no dia 7 de setembro que nos tornamos independentes de Portugal, mas os historiadores dizem que não foi bem assim.

O 7 de setembro foi uma data simbólica, que posteriormente se transformou na data da independência, muitos anos depois. Na época, foi apenas um gesto pessoal do príncipe Pedro, que era um príncipe português que resolveu, por iniciativa própria aderir à independência.

Para que realmente nos separássemos de Portugal, o Brasil teve que ir à guerra. A partir de 1822, em diversos estados, cerca de 30 mil homens se enfrentaram nas batalhas pela independência. Algumas das mais duras foram na Bahia e foi de lá que surgiram os personagens que deram nome a várias ruas de Ipanema. Por exemplo, Visconde de Pirajá, Barão da Torre e Barão de Jaguaribe. Eles eram irmãos.
Eram grandes proprietários rurais, grandes senhores de escravos e de terras, verdadeiros donos da Bahia na época. Eles mobilizaram todo um contingente que estava sobre a ordem dele, de escravos, de índios, de trabalhadores rurais e familiares e formaram um exército que decidiu a favor do Brasil na guerra contra os portugueses.

As mulheres também participaram dessa luta e muitas vezes de forma heróica. Veja o caso de Maria Quitéria. Ela não pensou duas vezes antes de se vestir de homem e lutar como um soldado nas trincheiras pela independência do Brasil. Ela foi descoberta, mas teve seu esforço reconhecido, condecorada pelo próprio imperador. Um destino bem diferente do homem eternizado na estátua. A posição é de quem vai atirar, mas ele segurauma corneta. Luís Lopes era o corneteiro das tropas. Conta a história que, ao receber uma ordem para chamar os soldados de volta, ele a descumpriu, dando o toque de ataque. E o Brasil venceu. Porém, longe da Bahia, só no Rio ele ganhou reconhecimento nas ruas de Ipanema.

Ipanema ainda tem outras ruas com nomes dedicados a personagens da independência. Entre elas, Joana Angélica, religiosa que morreu para evitarque as tropas portuguesas invadissem um convento. Segundo a historiadora Grace Elizabeth do IPHAN, o bairro de Ipanema é um dos poucos locais no país que as placas de ruas prestam homenagens a figuras de um momento decisivo da história brasileira. Para mais informações acesse o sitedo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN http://www.revista.iphan.gov.br.

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